Cálculos Renais
Os cálculos renais, popularmente conhecidos como “pedras nos rins”, são formações sólidas compostas por cristais que se acumulam no trato urinário. Eles podem se formar em qualquer parte do sistema urinário, desde os rins até a bexiga, e variam em tamanho, podendo ser pequenos como grãos de areia ou atingir dimensões maiores.

Foto: antes e depois da cirurgia a laser de cálculos renais. Fonte: equipe Urologia Integrada Especializada.
Tipos de Cálculos Renais
- Oxalato de Cálcio: É o tipo mais comum e está relacionado à ingestão excessiva de sódio, proteínas e alimentos ricos em oxalato, como espinafre e chocolate.
- Ácido Úrico: Surge em pessoas com dieta rica em carnes vermelhas e frutos do mar, além de estar associado à gota.
- Estruvita: Geralmente se desenvolve após infecções urinárias frequentes e pode crescer rapidamente, ocupando grande parte do rim.
- Cistina: Raro, de origem hereditária, causado por uma condição genética chamada cistinúria.
Fatores de Risco
- Baixa ingestão de líquidos.
- Consumo excessivo de sal e proteínas.
- Histórico familiar de cálculos renais.
- Obesidade e sedentarismo.
- Infecções urinárias recorrentes.
- Uso de certos medicamentos e suplementos.
Sintomas
- Dor intensa na parte inferior das costas ou no abdômen (cólica renal).
- Sangue na urina (hematúria).
- Necessidade frequente e urgente de urinar.
- Dor ao urinar.
- Náuseas e vômitos.
- Febre e calafrios, em casos de infecção associada.
Diagnóstico
- Exames de Imagem: Ultrassonografia, tomografia computadorizada e raio-X auxiliam na visualização do cálculo.
- Exames de Urina: Avaliam a presença de sangue, cristais ou sinais de infecção.
- Análises Sanguíneas: Podem identificar alterações nos níveis de cálcio, ácido úrico e outras substâncias.

Foto: antes e depois da cirurgia de cálculos renais. Fonte: equipe Urologia Integrada Especializada.
Tratamento
- Hidratação: Aumentar a ingestão de líquidos para ajudar na eliminação dos cálculos menores.
- Medicamentos: Analgésicos, anti-inflamatórios e remédios para facilitar a passagem do cálculo.
- Litotripsia Extracorpórea (LECO): Utiliza ondas de choque para fragmentar as pedras, facilitando sua eliminação.
- Ureteroscopia: Introdução de um aparelho fino pelo trato urinário para remover ou quebrar o cálculo.
- Cirurgia Percutânea: Indicado para cálculos maiores ou complicados, onde é feita uma pequena incisão nas costas para retirada direta da pedra.
Vídeo: antes e depois da cirurgia a laser de cálculos renais. Fonte: equipe Urologia Integrada Especializada.

Foto: colocação do duplo jota em cirurgias de cálculo renal. Fonte: equipe Urologia Integrada Especializada.
Orientações para Pacientes com Cateter Duplo J
O cateter duplo J, também conhecido como stent ureteral, é um tubinho de silicone ou poliuretano colocado entre o rim e a bexiga. Ele mantém o canal da urina (ureter) aberto, permitindo a drenagem adequada da urina.
Por que ele é usado?
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Após cirurgias para retirada de cálculo renal.
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Quando há obstrução do ureter (pedra, tumor, fibrose).
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Para proteger o ureter após procedimentos endoscópicos ou cirúrgicos.
Sintomas comuns (não são complicações)
Alguns pacientes podem sentir desconfortos enquanto estão com o cateter:
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Dor ou peso no flanco (região lombar).
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Aumento da vontade de urinar, inclusive à noite.
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Dor ao urinar ou presença de sangue na urina (geralmente leve e intermitente).
👉 Esses sintomas costumam melhorar com o tempo ou com uso de medicações específicas prescritas pelo urologista.
⚠️ Quando procurar o médico imediatamente
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Febre acima de 38°C.
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Dor intensa não controlada por analgésicos comuns.
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Dificuldade importante para urinar.
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Sangramento persistente e em grande quantidade.
Tempo de permanência
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O duplo J não deve permanecer por tempo indeterminado.
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Normalmente é retirado em 4 a 12 semanas, dependendo da indicação.
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Se ficar esquecido por muitos meses, pode causar complicações graves (infecções, encrustações, obstruções).
💡 Cuidados gerais
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Beba bastante líquido (2–3 litros/dia, salvo contraindicações).
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Siga corretamente as orientações e medicações do seu urologista.
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Não falte às consultas de acompanhamento.
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Anote a data de colocação do cateter e confirme com seu médico a data prevista para retirada.
Litotripsia ExtraCorpórea (LECO)
A Litotripsia Eletrohidráulica (LECO) é uma técnica endourológica utilizada para fragmentar cálculos urinários por meio de ondas de choque geradas por descarga elétrica em meio líquido.
Indicações clássicas
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Tratamento de cálculos urinários em pelve renal, ureter e bexiga, principalmente quando outras fontes de energia não estavam disponíveis.
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Situações pediátricas ou serviços com limitação tecnológica, onde o laser ainda não é acessível.
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Uso como alternativa em cálculos de bexiga, principalmente em crianças.
Desvantagens
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Maior risco de lesão da mucosa ureteral ou vesical em comparação ao laser.
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Menor eficácia em cálculos muito duros.
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Equipamentos considerados ultrapassados na maioria dos centros de referência.
Situação atual
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Em desuso progressivo frente à disponibilidade do laser de holmium e thulium, que são mais seguros, eficazes e precisos.
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Atualmente, a LECO é restrita a poucos serviços, com papel residual e uso ocasional em urologia pediátrica.
Referência:
Türk C, Petřík A, Sarica K, et al. EAU Guidelines on Interventional Treatment for Urolithiasis. European Urology. 2016;69(3):475–482. doi:10.1016/j.eururo.2015.07.041
Conteúdo de caráter informativo, não substitui consulta médica.