O tumor de ureter é uma neoplasia rara do trato urinário superior, mais frequentemente um carcinoma urotelial. Ele acomete o ureter — canal que conecta o rim à bexiga — e representa aproximadamente 25% dos tumores do trato urinário superior (TTUS), sendo menos comum que os tumores de pelve renal e muito menos frequente que o câncer de bexiga.

Sinais e sintomas

A apresentação clínica mais comum é:

Esses sintomas requerem investigação por urologista, já que muitas vezes se sobrepõem aos de litíase urinária ou infecção.

Diagnóstico

O diagnóstico envolve uma combinação de exames de imagem e avaliação endoscópica:

📚 Referência: EAU Guidelines on Upper Tract Urothelial Carcinoma 2024; AUA Guideline 2023.

                   Fonte: imagem real da equipe própria.

Classificação e estadiamento

O estadiamento segue o sistema TNM (Tumor, Nódulo, Metástase) da AJCC:

O grau histológico (baixo ou alto grau), segundo critérios da OMS/ISUP, tem importante impacto prognóstico e orienta a conduta terapêutica.

📚 Referência: WHO Classification of Tumours of the Urinary System and Male Genital Organs, 5ª ed., 2022.

Tratamento

A escolha terapêutica depende do risco do tumor (baixo x alto), do grau histológico, localização e da função renal:

 

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🩺 Por que é necessário retirar um pedaço da bexiga no tratamento do tumor de ureter?

O tumor de ureter é um tipo de câncer que cresce dentro do canal que leva a urina do rim até a bexiga. Como o revestimento interno do ureter é o mesmo da bexiga e da pelve renal (o urotélio), existe a chance de que as células doentes se espalhem por continuidade até a região onde o ureter desemboca na bexiga.

Por isso, quando o tratamento indicado é a retirada do rim junto com o ureter (nefroureterectomia), também é necessário retirar o trecho final do ureter junto com um pequeno pedaço da bexiga, chamado de óstio vesical. Esse cuidado reduz bastante o risco de o tumor voltar nesse ponto de ligação.

📚 Referências: